Revelação (1929)

Brasil (RS)
Longa-metragem silencioso | Ficção
35 mm, pb, (6 atos magníficos)

Direção: E. C. Kerrigan.
Companhia produtora: Uni Film Ltda.

Primeira exibição: Porto Alegre (RS), Guarany, 27 abr 1929, sab, 15h (especial para autoridades e imprensa)

 

Filme desaparecido.
Se Revelação não teve a mesma sorte de posteridade que Amor que redime, ambos de E. C. Kerrigan, em contrapartida, teve uma circulação mais abrangente sendo exibido largamente no Rio de Janeiro entre setembro e novembro de 1930. Os programas eram compostos com outros longas, médias, curtas e cinejornais e na temporada carioca, Revelação foi exibido, por exemplo, com Mulher singular (The Single standard, John S. Robertson, 1929), com Greta Garbo.

Sinopse


Os jornais vinham explorando em todos os seus detalhes o momentoso problema do "trust" das indústrias de tecidos, que o prestigioso industrial Antonio Moreira vinha encaminhando de tempo àquela parte.
Assustavam-se os concorrentes temendo consequências desastrosas para os seus negócios, e não faltava quem asseverasse que em todo o país, a indústria de tecidos lhe estaria enfeixada nas mãos ágeis. Esses eram de fato os planos de Moreira que tinha para auxiliar o concurso de Alberto Mirtos, diretor-gerente da fábrica.
Mas o que nem todos conheciam é que Moreira devia a evolução sempre crescente da empresa, aos planos astuciosos e eficientes de Harry Lage, um dos operários da fábrica. Este era um rapaz de grande merecimento, espírito criador, de largo golpe de vista, que soubera descobrir processos novos para a confecção mais rápida e sensivelmente econômica de todos os tecidos, competindo vantajosamente em qualidade e preço, ao artigo melhor que se importava do estrangeiro.
Lage havia confiado seus planos aos chefes, crente que estes saberiam recompensar-lhe o esforço, e breve, diante dos resultados práticos, lhe dariam melhor remuneração. Tal não aconteceu e Moreira, capciosamente, começou a desviar Lage da sua presença, protelando para o dia seguinte cada vez que o rapaz o importunava com suas exigências.
Moreira, solteirão inveterado, havia tomado para filha adotiva uma encantadora jovem, cujos pais haviam pertencido à fábrica, na qualidade de operários incansáveis, lá se conhecendo, lá casando e lá sacrificando, ambos, o melhor das suas energias, até quando a morte os levou, deixando ao desamparo a pequenina Martha. Mais por vaidade requintada que mesmo por instinto piedoso, Moreira havia desde então tomado a seu cargo a educação da jovem.
Acresce ainda que Moreira possuía o seu grande inimigo na pessoa do seu próprio gerente, Mirtos, que sonhava afastar da empresa o homem que sempre lhe fazia sombra, para ficar ele senhor absoluto do "trust", com todos os seus proveitos nada desprezíveis.
Uma tarde, depois de terminados os trabalhos, Lage procurou mais uma vez o seu chefe, no escritório particular. Surge forte discussão. Moreira procura mais uma vez adiar qualquer explicação, mas o rapaz intima-o a decidir o assunto naquele momento, ou não se responsabiliza pelo que possa acontecer.
Mas, Lage, está decidido, desorientado, e compreendendo os intuitos do chefe, alveja-o com o seu revólver, disparando um tiro à queima-roupa, fugindo precipitadamente.
Num departamento ao lado, Mirtos escuta o estampido, corre ao escritório de Moreira, encontrando-o já agonizante. São inúteis os recursos médicos: alguns segundos decorridos o famoso industrial, senhor do mais audacioso "trust" que até então se havia tentado, "trust" aliás francamente vitorioso – era cadáver.
Martha não encontra consolo para mitigar-lhe a saudade imensa do seu tutor a quem já se afeiçoara sinceramente, e jura despedaçar o coração e a vida do homem que a privara da companhia de Moreira.
Mirtos fornece às autoridades policiais preciosos dados para a captura do criminoso. Não podem haver duas opiniões nesse particular: o criminoso é Harry Lage. Mirtos lembra as constantes discussões travadas por este com o industrial morto, e as ameaças que lhe fazia. Dá um indício que auxiliará bastante as pesquisas: Lage conserva no antebraço esquerdo, uma curiosa tatuagem – duas asas habilmente trabalhadas. Mas até então, mau grado os esforços da polícia, nem um sinal de vida se apanhara do fugitivo.
Desanimada, abatida, Martha recolhe-se a uma das propriedades de Moreira, que por herança lhe pertence agora. Reclusa naquele velho solar, procura sufocar a saudade que lhe vai n'alma, dirigindo os trabalhos do campo, interessando-se pelo gado, incumbindo-se do pagamento do pessoal trabalhador.
Sente, porém, a falta de um administrador para os seus negócios, homem que lhe merecesse toda a confiança, corajoso, destemido que a defendesse em caso de necessidade. Pela vizinhança murmuram-se coisas pouco tranquilizadoras sobre um arrojado bandoleiro procedente das fronteiras, que virá assolar aquelas pacatas regiões.
É numa linda manhã de sol de verão, que chega à fazenda, pedindo pousada, um jovem campeiro. Oferece-se à Martha para lhe administrar os negócios. Martha vai responder quando, súbito, abre-se com violência o portão, dando passagem à figura burlesca do mestre cuca da fazenda, ofegante, mal escondendo o cansaço e a tremura de pernas que o impede de correr ainda mais.
– O bandoleiro… O bandoleiro!…
O recém-chegado não acerta com a razão do susto do bom homem.
Este, mal refeito e pressuroso, continua:
– O bandoleiro vem aí! E os nossos homens que foram entregar o gado! Deus nos acuda!
Martha assusta-se também. Mas o jovem recém-vindo, está disposto a ir ao encontro do perigoso indivíduo. Não o pode fazer, entretanto, porque ele ali também se encontra, a dois passos, desafiando-o e disposto a fazer das suas…
Há o que se previa: o encontro do bandoleiro Sanchez – tal é o seu nome – com o destemido jovem, que só agora sabemos chamar-se Henrique Alves.
É uma luta de morte, cheia de peripécias e transes empolgantes, desenrolada no terreiro e assistida, de uma janela fronteira, por Martha, cujo coraçãozinho, começa a pulsar, desordenado, forte, pela vitória de Henrique, que não se faz esperar, derrubando Sanchez com um certeiro murro na região frontal.
Este retira-se prometendo tirar revanche, enquanto Henrique volta para junto de Martha, que testemunha a sua eterna gratidão.
Minutos depois, combinavam entre si que ele ficaria, na fazenda, tomando a seu cargo a direção geral dos trabalhos e em particular a defesa da órfã contra possíveis novos ataques.
Entre ambos nasce, desde esse momento, a semente de uma paixão violenta, sincera, que não poderá mais ser tolhida em sua marcha triunfal.
Na manhã seguinte, obediente ao programa que se traçou, Martha terá de ir efetuar o pagamento mensal aos operários de sua usina, distante da fazenda alguns quilômetros.
É Henrique quem lhe prepara, carinhosamente, a montaria, auxiliado por um peão de inteira confiança. São inúteis os pedidos insistentes de Henrique, para Martha desistir dessa viagem: ela é decidida: Parte afinal. Mas duas horas decorridas, o cavalo que a conduziu volta, ao terreiro, em disparada louca.
Henrique compreende de relance, o que pode ter acontecido a Martha – e não pode ser nada de bom…
Pula a sela do animal, e parte, como uma flecha, em socorro à jovem sua apaixonada. Em certa altura, o cavalo estaca: Henrique salta, e vê à pequena distância o bandoleiro Sanchez tentando beijar Martha, já desfalecida, que empregava as últimas forças em defesa inútil. Sanchez vê o seu inimigo. Abandona a vítima, e sacando o revólver, alveja-o ferindo-o num braço.
Mesmo assim o jovem defende-se atacando o miserável. Dispara a sua arma ferindo-o n'uma das mãos, e depois de tê-lo castigado duramente intima-lhe de deixar as regiões e alcançar a fronteira… Enquanto Sanchez afasta-se Henrique cuida de Martha inanimada no solo… e um abraço prolongado, carinhoso, é o epílogo daquela atribulada cena…
Já em casa, na fazenda, Martha vai cuidar do ferimento de Henrique.
Levanta-lhe, cautelosamente a manga da camisa, deparando com uma tatuagem… Um par de asas: horrível revelação!
Mas então Henrique era Harry Lage? O criminoso que ela tanto ambicionava encontrar, de quem jurava vingar-se… e amava-o! E sacrificara duas vezes a vida pela sua!
Interroga-o. Ele não nega. Seu silêncio é a melhor confirmação…
E mostra-lhe recortes de jornal, onde se lê que Moreira havia sido assassinado com um tiro pelas costas, covardemente, enquanto outro tiro se perdera, errando o alvo…
Lage respira: – Mas então não foi ele o criminoso...Porque ele atirou, sim, mas apenas um tiro e cara a cara… E refletindo melhor, descobre que o autor do outro disparo, do que havia sido feito pelas costas, só pode ter sido o gerente Mirtos, interessado no desaparecimento do industrial, e que, conforme os próprios jornais afirmam, na hora do crime estava no escritório imediato…
Todas as suas explicações à Martha, são inúteis: ela não o acredita.
Não o denunciará… porque o amou. Mas ordena-lhe que fuja...Que não volte mais, nunca mais…
E ele parte…
... mas tem um plano a realizar: vai entregar-se a polícia, confessar tudo, pedir auxílio das autoridades para o completo esclarecimento do caso… Serve-se de um aeroplano para mais rapidamente pôr-se em contato com a cidade.
A esse tempo, Alberto Mirtos, então senhor de toda a situação, substituto legal de Moreira, não satisfeito com o resultado material que usufrui do crime praticado, ambiciona também a posse de Martha.
E decidido a realizar este plano, parte em seu automóvel para a fazenda. Martha recebe-o com indiferença. Diante do seu pedido de casamento, acede, automática, sem vontade própria, pela necessidade de um companheiro que a auxilie, confessando que jamais o poderia amar.
Mirtos não se perturba: O amor virá um dia…
Mas seus intuitos são bem outros, e pouco depois tenta beijar a órfã que o repele com altivez...
Anoitece. Desencadeia-se violento temporal. Mirtos não pode regressar à cidade, e resolve permanecer na fazenda. Martha recolheu-se a seus aposentos. Mirtos, nervoso, irrequieto, permaneceu ali ainda algum tempo, fumando cigarros, uns após outros.
São onze horas. A chuva está mais intensa. Relâmpagos rasgam o espaço. É quando a porta de entrada se entreabre, surgindo na moldura da mesma, a figura de Harry Lage, que Mirtos não esperava ali naquele momento…
Dominado o seu receio, revestindo-se de uma coragem toda artificial, fala-lhe com aparente tranquilidade:
– Se não me engano, tenho a honra de receber Harry Lage… Antes tarde do que nunca…
E Lage, sem lhe dar tempo a dizer mais:
– Pois eu, se também não me engano, tenho o desprazer de ser recebido por Alberto Mirtos… O assassino de Antonio Moreira…
Adverte-o então que dentro de poucos instantes a polícia virá em seu encalço. É tempo de confessar tudo, podendo ainda fugir.
Mas Mirtos não acede, e trava-se violenta luta entre ambos. Martha acorda, em sobressalto, e de uma janela próxima assiste o desenrolar desse tremendo encontro.
O socorro da Polícia chega: era tempo. Mirtos, subjugado, confessa todo o seu crime e é conduzido pelas praças…
Sozinho, Harry Lage não sabe que atitude tomar. É quando lhe aparece o perfil gracioso de Martha, que tudo assistiu, escutando a confissão de Mirtos. Vem sorridente, feliz, porque está livre do seu compromisso com aquele perigoso facínora e porque agora não tem dúvidas sobre a inocência do seu querido Lage…
Um devotado beijo de reconhecimento e amor é a sua recompensa pela dedicação e o afeto do jovem apaixonado. A este, porém, resta uma tormentosa dúvida:
– Não, Martha. Tua fortuna é ainda uma barreira intransponível para o nosso amor!
Martha sorri, confiante, calma, e num beijo de fé e ternura, dissipa-lhe a derradeira dúvida:
Mirtos trouxe, com as tuas fórmulas, a desgraça para nós todos; com elas poderás trazer o alívio, o amor, a Felicidade!
... e os lábios de ambos tornaram a colar-se num osculo que seria o início de um novo e delicioso capítulo de amor…

Revelação. Cinearte, Rio de Janeiro, 17 abr 1929, p.6, 7, 33, 35, 36, v.4, n.164.

Ficha técnica


ELENCO
Naly Grant (Martha Soares), Ivo Morgova (Harry Lage / Henrique Alves), Walter Holger (Alberto Mirtos), Roberto Zango (Sanchez, o bandoleiro), Raul Candal (Antonio Moreira), Leo Ribas (Domingos Moraes), Bruno Jardim (Mestre Cuca), J. Hortal (Delegado).

DIREÇÃO
Direção: E. C. Kerrigan.

ROTEIRO
Roteiro: E. C. Kerrigan.
Legendas: Celestino Silveira.

PRODUÇÃO
Apresentação [Produção]: Hofmann, Schroeder e Gassen.
Sócios incorporadores: Emilio Hoffmann, Theodore Schroeder, Ely Grassen, Oswaldo Grassen, Luiz Longoni, José Amádio,

FOTOGRAFIA
Fotografia: José I. Picoral.
Assistência de câmera: Attilio Penna.

MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Uni Film Ltda. (Porto Alegre).

FILMAGENS
Brasil / RS, em Porto Alegre, interiores no Pavilhão da Exposição (atual Av. Getúlio Vargas, Menino Deus);
e na Granja Progresso, propriedade rural de Alberto Bins situada às margens do Rio Gravataí, atualmente Cachoeirinha.
Período: interiores de 15 de janeiro a março de 1929.

ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: (6 atos magníficos)
Metragem:
Número de rolos:
Som: silencioso
Imagem: pb
Proporção de tela: 1.33
Formato de captação: 35 mm
Formato de exibição: 35 mm

OBSERVAÇÕES
CA-CP informa "(...) produção nacional Revelação, realizada pela Uni-Film de Porto Alegre e adquirida pelo conhecido cineasta sr. Clovis Wanderley...". // Distribuição: E.D.C. (Rio de Janeiro).

Grafias alternativas: Nally Grant e Nely Grant
Grafias alternativas (funções): Manuscripto e Scenario

BIBLIOGRAFIA
Filmografia brasileira – Quarto fascículo: período de 1926 a 1930. São Paulo: Cinemateca Brasileira, 1991, p.121-122.
NORONHA, 1987, p.239 (foto, a mesma no CD-ROM de J. NORONHA, Pioneiros do cinema brasileiro)
Antonio Jesus Pfeil (XIV), p.16.
PFEIL, Antonio Jesus. Revelação: o último filme de um pioneiro do cinema gaúcho. Correio do Povo, Porto Alegre, 28 abr 1974, p.21.

Noticiário:
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 6 fev 1929, p.5, v.4, n.154.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 20 fev 1929, p.4, v.4, n.156.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 3 abr 1929, p.4, v.4, n.162.
Revelação. Cinearte, Rio de Janeiro, 17 abr 1929, p.6, 7, 33, 35, 36, v.4, n.164. (Sinopse e 6 fotos)

Theatros e diversões: A exibição especial do filme Revelação. A Federação, Porto Alegre, 26 abr 1929, p.3, ano XLVI, n.98.
Theatros e diversões: Cinemas – A exibição, hoje, no Central e no Guarany, do filme rio-grandense Revelação. A Federação, Porto Alegre, 6 maio 1929, p.5, ano XLVI, n.104.
Anúncios. A Federação, Porto Alegre, 6 maio 1929, p.6, ano XLVI, n.104.
Theatros e diversões: Cinemas – Carlos Gomes. A Federação, Porto Alegre, 8 maio 1929, p.5, ano XLVI, n.106.
Anúncios. A Federação, Porto Alegre, 8 maio 1929, p.6, ano XLVI, n.106.
Theatros e diversões: Cinemas – Coliseu. A Federação, Porto Alegre, 9 maio 1929, p.3, ano XLVI, n.107.
Anúncios. A Federação, Porto Alegre, 9 maio 1929, p.6, ano XLVI, n.107.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 11 maio 1929, p.6, ano XLVI, n.109.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 14 maio 1929, p.6, ano XLVI, n.110.
Theatros e diversões: Cinemas – Garibaldi. A Federação, Porto Alegre, 15 maio 1929, p.2, ano XLVI, n.111.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 15 maio 1929, p.6, ano XLVI, n.111.
Theatros e diversões: Cinemas – Capitólio. A Federação, Porto Alegre, 22 maio 1929, p.3, ano XLVI, n.117.

Revelação da Uni Film de Porto Alegre. Frou-Frou – Revista de Cinema e Theatro: magazine mensal, Rio de Janeiro, jun 1929, [BN, p.104], n.4.

Lima, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 5 jun 1929, p.4, v.4, n.171.
Lima, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 3 jul 1929, p.5, v.4, n.175. [foto de Zango]
Lima, Pedro. Cinema brasileiro: Veremos Revelação? Cinearte, Rio de Janeiro, 17 jul 1929, p.4-5, 38, v.4, n.177. [foto de Morgova]

Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 20 set 1930, p.32, ano XL, n.226.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 21 set 1930, p.32, ano XL, n.227.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 23 set 1930, p.32, ano XL, n.228.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 24 set 1930, p.32 [BN, p.38], ano XL, n.229.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1º out 1930, p.32, ano XL, n.235.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 2 out 1930, p.32, ano XL, n.236.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 3 out 1930, p.32, ano XL, n.237.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 4 out 1930, p.32, ano XL, n.238.
Programas de hoje. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 5 out 1930, p.12, ano XL, n.239.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 5 out 1930, p.32, ano XL, n.239.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 7 out 1930, p.28, ano XL, n.240.
Programas de hoje. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 out 1930, p.10, ano XL, n.241.
Programas de hoje. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9 out 1930, p.12, ano XL, n.242.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9 out 1930, p.26, ano XL, n.242.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 10 out 1930, p.22, ano XL, n.243.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 11 out 1930, p.22, ano XL, n.244.
Anúncio. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 12 out 1930, p.26, ano XL, n.245.
Programas de hoje. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 20 nov 1930, p.17, ano XL, n.274.

Crítica:
Theatros e diversões: Revelação – A exibição especial, sábado, desse filme rio-grandense. A Federação, Porto Alegre, 29 abr 1929, p.3, ano XLVI, n.100.
QUIMBY, Jack. Página dos leitores. Cinearte, Rio de Janeiro, 14 ago 1929, p.32, v.4, n.181.
Theatros e cinemas: O cinema brasileiro – Revelação é um lindo filme brasileiro de cujo enredo se desprende o aroma característico da alma nacional. A República, Curitiba, 7 maio 1930, p.6, ano XLV, n.97.
A Tela em revista: Revelação. Cinearte, Rio de Janeiro, 14 jan 1931, p.28, v.6, n.255.

Exibições


• Porto Alegre (RS), Guarany,
27 abr 1929, sab, 15h (especial para autoridades e imprensa)
6 maio 1929, seg

• Porto Alegre (RS), Central, 6 maio 1929, seg
• Porto Alegre (RS), Carlos Gomes, 8 maio 1929, qua, soirée às 19h15 e 21h
• Porto Alegre (RS), Coliseu, 9 maio 1929, qui
• Porto Alegre (RS), Colombo, 11 maio 1929, sab, soirée às 19h15 e 21h
• Porto Alegre (RS), Palacio, 14 maio 1929, ter
• Porto Alegre (RS), Garibaldi, 15 maio 1929, qua, soirée às 19h15 e 21h
• Porto Alegre (RS), Capitólio, 22 maio 1929, qua
• Porto Alegre (RS), Thalia, 23 maio 1929, qui
• Porto Alegre (RS), Navegantes, 24 maio 1929, sex
• Porto Alegre (RS), Recreio, 28 maio 1929, ter
• Porto Alegre (RS), Thalia, 5 jun 1929, qua

• Rio de Janeiro (DF), Iris (R. da Carioca, 49-51), 22-24 set 1930, seg-qua, sessões contínuas (+ Ilusão / Illusion)
• Rio de Janeiro (DF), Centenario (R. Senador Eusebio, 188-190), 1º, 2 out 1930, qua, qui, matinée e soirée (+ A Volta de Sherlock Holmes / The Return of Sherlock Holmes, com Clive Brook)
• Rio de Janeiro (DF), Mem de Sá (Av. Mem de Sá, 121), 3-5 out 1930, sex-dom, matinée e soirée (+ Mulher singular / The Single standard, com Greta Garbo)
• Rio de Janeiro (DF), Tijuca, 6, 7 out 1930, seg, ter (+ A Roda da vida / The Wheel of life, com Richard Dix, Esther Ralston + Que bicho + Jornal n.48 da Universal)
• Rio de Janeiro (DF), Americano, 8, 9 out 1930, qua, qui (+ Enfermeira mártir / Dawn, com Sybil Thorndike + Entrada franca)
• Rio de Janeiro (DF), Haddock Lobo, 10-12 out 1930, sex-dom (+ O Quarto escuro / Darkened rooms + Diabo de verdade)
• Rio de Janeiro (DF), Olympia, 20 nov 1930, qui (+ O Mata a morte + Desça o pano)

• Porto Alegre (RS), Navegantes, 29 set 1931, sex

• Porto Alegre (RS), Orpheu, 8 out 1932, sab (em reprise; no palco: Companhia Leda Stella)

Arquivos especiais


Noticiário e crítica:

Theatros e diversões: Revelação – A exibição especial, sábado, desse filme rio-grandense. A Federação, Porto Alegre, 29 abr 1929, p.3, ano XLVI, n.100.
Decididamente a arte do cinema faz progressos no Rio Grande do Sul.
Há pouco mais de um ano foram exibidos, nesta capital, os filmes de confecção rio-grandense Um Drama nos pampas e Em defesa da irmã e em maio do ano passado toda Porto Alegre assistiu a exibição fulgurante de Amor que redime.
Todos esses filmes, que poderiam ter seus senões, atestam o esforço tenaz e nobilitante de uma plêiade de trabalhadores em prol da cinematografia gaúcha.
Amor que redime pouco deixou a desejar, teve boa interpretação, enredo interessante e bela montagem. Alcançou sucesso, não deu resultado financeiro apresentável, mas constituiu um excelente filme que honrou a nossa cinematografia, tornando-se, quiçá, a principal produção nacional aqui exibida.
Agora, outra empresa cinematográfica, a Uni-Film, que tem à frente hábeis e experimentados profissionais, como os srs. E. C. Kerrigam e J. I. Piccoral, acaba de focar Revelação, que foi exibido, sábado, à tarde, às autoridades e à imprensa de Porto Alegre.
Revelação é um drama emotivo e verossímil de enredo comum, que versa sobre um tema interessante e muito bem urdido.
Possui cenas admiravelmente organizadas e na sua exibição especial agradou sobremaneira.
Filme apanhado em Porto Alegre, com cenários conhecidos, Revelação dá uma ideia nítida da vida intensa e laboriosa dos operários das fábricas aqui instaladas, mostrando também ótimos aspectos da Granja Progresso, de propriedade do ilustre major Alberto Bins, em cujo terreno foi focalizado.
Além disso, Revelação possui alguns quadros posados em nossas propriedades rurais, dando uma vaga ideia da vida no interior do Estado.
O filme é bem "americanizado", com várias cenas de luta e de tiroteio, mas isso é perfeitamente desculpável porque foi inspirado nas produções yankees que tem alcançado sucesso imenso em todo o mundo.
Ivo Morgowa, que foi o jovem militar de Amor que redime faz um bom galan, um pouco desajeitado como gaúcho, mas desculpável porque era um operário de fabrica transportado para a vastidão do pampa, como administrador de estância.
Roberto Zango, que já firmou crédito na nossa plateia, confirma sua reputação de artista.
Nely Grant, a jovem filha do industrial, desempenha a contento o seu papel, mormente sendo uma estreante.
É de justiça salientar, entre os diferentes personagens do filme, o encarnado pelo cavalheiro que faz o velho porteiro da fábrica.
Revelação, pois, deve ser recomendada ao público porto-alegrense.
Assistiram à sua exibição especial o major Alberto Bins, intendente municipal, autoridades, representantes da imprensa e exmas. famílias.
No próximo dia 6 de maio Revelação, será exibida ao público desta capital.

Theatros e diversões: Cinemas – A exibição, hoje, no Central e no Guarany, do filme rio-grandense Revelação. A Federação, Porto Alegre, 6 maio 1929, p.5, ano XLVI, n.104. [Digitar]

Theatros e diversões: Cinemas – Carlos Gomes. A Federação, Porto Alegre, 8 maio 1929, p.5, ano XLVI, n.106.
Consta, hoje, da programação do cinema Carlos Gomes, o filme rio-grandense Revelação produção da Uni-Film desta capital.
Quando de sua exibição especial e depois na primeira exibição para o público, recomendamos Revelação, que deve ser apreciado por todos que se interessam pelo cinema nacional; agora, nada mais precisamos acrescentar.
Revelação, que honra a cinematografia gaúcha, certamente, alcançará, hoje, novo sucesso.

Theatros e diversões: Cinemas – Coliseu. A Federação, Porto Alegre, 9 maio 1929, p.3, ano XLVI, n.107.
Revelação, a bela película rio-grandense da Uni-Film, será focada, hoje, ao público do Coliseu.
Já fizemos, nestas colunas, a crítica de Revelação, nada mais nos resta fazer, é um bom filme, tem alguns senões, perdoáveis, no entanto, e, assim mesmo, é melhor do que muita produção estrangeira que por aqui anda.

QUIMBY, Jack. Página dos leitores. Cinearte, Rio de Janeiro, 14 ago 1929, p.32, v.4, n.181.
[Digitar]

Theatros e cinemas: O cinema brasileiro – Revelação é um lindo filme brasileiro de cujo enredo se desprende o aroma característico da alma nacional. A República, Curitiba, 7 maio 1930, p.6, ano XLV, n.97.
Segue seu curso normal, estando em bom andamento, a combinação para o lançamento, muito breve numa tela carioca, da deliciosa produção nacional Revelação, realizada pela Uni-Film de Porto Alegre e adquirida pelo conhecido cineasta sr. Clovis Wanderley. O nosso público deve ler com interesse esta notícia prazenteira porque está ansioso por admirar mais uma obra da indústria brasileira em cujo argumento aparece a encantadora personalidade de Naly Grant. Desta jovem e interessante artista gaúcha se poderia bem dizer que, sendo a protagonista de Revelação, é, em si própria uma revelação da alma sulina no vasto e complicado campo da cena muda. Naly Grant criando o tipo genuíno da mulher dos pampas, soube interpretar com admirável fidelidade o espírito de brasilidade que anima a população do lendário povo do sul, em cuja alma vivem os germens, da mais lidima nacionalidade.
É preciso ver-se a fascinante patrícia num romance amoroso, repleto de poesia e desenrolado em cenários de deslumbrante apresentação, para se compreender de perto a pujança de entusiasmo patriótico da nova geração brasileira.
Ela é bem a encarnação máxima da juventude feminina da nossa terra, cheia de sol, revestida de um esplendoroso sorriso de esperança nos altos destinos do Brasil. O público carioca, como é de esperar, reservando para Revelação a sua boa vontade vai mostrar, mais uma vez que na capital do país, apesar da vertigem do progresso que a empolga, existem espíritos cultos, amantes do belo no cinema, para os quais uma página de arte escrita por brasileiros é motivo de alegria e de satisfação. Aguardemos, pois, que Revelação colha os louros tão justificadamente merecidos pelos seus galantes realizadores.

A Tela em revista: Revelação. Cinearte, Rio de Janeiro, 14 jan 1931, p.28, v.6, n.255.
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Como citar o Portal


Para citar o Portal do Cinema Gaúcho como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
Revelação. In: PORTAL do Cinema Gaúcho. Porto Alegre: Cinemateca Paulo Amorim, 2024. Disponível em: https://www.cinematecapauloamorim.com.br//portaldocinemagaucho/145/revelacao. Acesso em: 19 de maio de 2024.