Deu pra ti, anos 70 (1981)

Brasil (RS)
Longa-metragem | Ficção
Super-8, cor, 123 min (primeira exibição Gramado) / 108 min (versão DVD)

Direção: Giba Assis Brasil, Nelson Nadotti.
Companhia produtora: não creditada

Primeira exibição: Gramado (RS), 5º Festival de Filme Super-8 de Gramado [24-27 mar]-Mostra Competitiva, categoria Enredo-ficção, Sala de Convenções do Hotel Serrano, 24 mar 1981, ter, 15h

 

Deu pra ti, anos 70 é um dos marcos do cinema gaúcho. Ele não foi o primeiro longa a ser produzido em super-8 no RS – o posto pertence ao tapejarense O Fim dos bandoleiros (D. L. Dallagasperina, P. H. Sitta, 1975) – mas foi aquele que serviu como o cartão de visitas de uma importante geração de cineastas. O super-8 havia sido criado pela Kodak em 1965, como uma câmera doméstica, útil para registrar reuniões de família. Diante das conhecidas dificuldades para se fazer cinema no Brasil, tornou-se uma ferramenta mais barata e eficaz para filmar. Sem tradição, sem família, sem propriedade (Sérgio Silva, 1968), é considerado o primeiro curta-metragem local nesse formato. Estima-se que, entre 1976 e 1978, cerca de 150 filmes na modalidade super-8 tenham sido feitos no Rio Grande do Sul, numa média de dois por semana. A produção era tão significativa que gerou a criação de um circuito próprio de exibições, sobretudo em universidades – desafiando o controle de órgãos fiscalizadores, como o Concine.

No total, a produção em super-8 no RS (incluindo todas as metragens e os escolares) em 40 anos (1968-2008) é em torno de 570 títulos (cf. Leão, com a colaboração de G. Póvoas).

Os diretores, Nelson Nadotti e Giba Assis Brasil, se conheceram durante os encontros do Grupo de Cinema Humberto Mauro, um cineclube que funcionou entre 1976-77, inicialmente para promover a análise fílmica. Com o passar do tempo, seus membros começaram a se aventurar na realização. É claro que a produção em super-8 também existiu em outros estados, com nomes como Ivan Cardoso no Rio de Janeiro, ou pernambucanos e baianos (com livros específicos) mas no caso gaúcho havia um maior interesse na "profissionalização do amadorismo", termo cunhado pelo crítico Luiz Carlos Merten para descrever a turma de Porto Alegre, bastante preocupada em entregar trabalhos satisfatórios, que não fossem meras experimentações ou brincadeiras com a linguagem audiovisual. Os envolvidos queriam expressar-se, autoral e artisticamente. E estavam dispostos a não poupar esforços.

Em Deu pra ti, em cena estão 48 personagens com falas, guiados por um orçamento que consumiu mais de 60 mil cruzeiros (Cr$ 100 mil, se for considerado o preço cobrado por laboratórios de revelação). Não se trata de uma história linear, mas sim uma narrativa entrecruzada, na qual diferentes jovens vão convivendo entre si, no espaço de dez anos. Com isso, vencem etapas como o fim da adolescência e o ingresso na universidade, em meio a festas, conversas de bar, idas ao cinema, acampamentos em Santa Catarina. Ativos politicamente, num momento em que isso não era seguro, também participam do movimento estudantil e temem serem presos. Embora existam vários núcleos, o protagonismo recai sobre Marcelo e Ceres, dois amigos que acabam vivendo uma história de amor, com muitas idas e vindas. Ele é um indeciso estudante de jornalismo, que sonha em escrever um livro de contos; ela é uma segura estudante de arquitetura, preocupada com o futuro. O elenco é composto por atores de grupos teatrais famosos da época, como Ven de-se sonhos e Faltou o João.

O título faz alusão ao show homônimo realizado no Teatro Renascença, em dezembro de 1979, liderado pelos músicos Nei Lisboa e Augusto Licks, artistas que se opunham ao regime militar que estava instalado no país desde 1964. Eles se aproveitaram de uma famosa gíria porto-alegrense ("deu pra ti") para, simbolicamente, dar adeus a uma década na qual tiveram muitas liberdades restringidas. A expressão chegou mesmo a ser estampada em vários muros e fachadas de prédios (como aparece na capa do programa distribuído nas sessões).

O filme é quase um documentário de uma época, um registro de como era a capital gaúcha, a Avenida Castelo Branco, a Rua da Praia, a Oswaldo Aranha, os cinemas que não existem mais. Mais de cem exibições de Deu pra ti, anos 70 teriam acontecido em Porto Alegre, no interior do estado e em cinemas paralelos do Rio de Janeiro e de São Paulo, alcançando cerca de 20 mil espectadores. O principal prêmio veio em Gramado: melhor filme no 5º Festival de Filme Super-8 – ainda tendo como base uma versão de duas horas, posteriormente reduzida.

Antes desta produção, Nelson Nadotti já havia dirigido 14 curtas-metragens em super-8. Ele ainda faria mais sete nos anos seguintes, mas sua carreira será marcada pelos trabalhos como roteirista, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro a fim de colaborar em projetos de teledramaturgia da Rede Globo. Já Giba Assis Brasil, além de assinar um outro longa (Verdes anos, codireção: C. Gerbase, 1984), assumiu a montagem de uma enorme quantidade de filmes posteriores, sendo ainda contratado como professor pela UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos, onde foi agraciado com o título de Notório Saber, em 2016. Assis Brasil deu o seguinte depoimento sobre este trabalho: "Depois de concluído nosso primeiro filme, Deu pra ti, anos 70, eu, o Nelson Nadotti e o Carlos Gerbase passamos um ano e meio viajando pelo interior do Rio Grande do Sul, projetando, carregando equipamento, cobrando ingresso, assistindo e debatendo com o público. Ocupamos muitíssimo mais tempo de nossas vidas exibindo o filme que no processo de fazê-lo". A década de 1980 só estava começando para o cinema gaúcho.

Sinopse


Sinopse curta:
Histórias da década de 1970, contadas do ponto de vista de quem despertou para o mundo no período. Ao longo de dez anos, Marcelo e Ceres encontram-se e desencontram-se em reuniões dançantes, bares, cinemas, universidades e acampamentos. Na noite de ano novo de 1980, eles ainda têm motivos para sonhar, agora juntos.

Sinopse desenvolvida:
 

Ficha técnica


ELENCO
Pedro Santos (Marcelo), Ceres Victora (Ceres), Deborah Lacerda (Margarete), Julio Reny (Fred), Narcisio Rosso (Jairo), Eliane Lisboa (Tia de Ceres), Sérgio Lulkin (Mauro), Angela Ribeiro (Bete), Nei Lisboa (Nei), Augusto Licks (Augustinho), Maria de Lourdes Meneghetti (Mãe de Ceres).
Grupo Ven de-se Sonhos: Marco Sorio (Ernani), Xala Felippi (Virgínia), Cleide Fayad (Cynara), Osvaldo Perrenoud (Carlos), Angel Palomero (Chico), Rosa Luporini (Marta), Márcia do Canto (Rosângela), Cláudia Fayad (Cláudia), King Jim (Ricardo), Marta Biavaschi (Cíntia), Wander Wildner (Irmão do Jaime).
Grupo Faltou o João: Nilo Cruz (Júlio), Carlos Grübber (Zé), Ivonete Pinto (Aninha), Werner Schünemann (Roberto), Elisa Machado (Sônia).
Elenco de apoio: Rejane Tomatis (Mãe de Sônia), Antônio Pires Jr. (figuração na comemoração do tricampeonato do Inter), Bertrand Kolecza (Claudinho), Marco Aurélio Haussen, Luis Antônio Haussen (figuração na comemoração do tricampeonato do Inter), César Haussen, Príncipe [Danilo], Plínio Assis Brasil, Cloé Cordeiro, Katano Lacerda (Beto), Cláudia Vargas, Silvana Krampe, Luis Henrique Palese (Paulinho), Mari Ribeiro (Lúcia), Márcio Freitas, Neca Machado, Helton Estivalet, Celso Scaletsky, Tê (os três na mesa do DAFA), Paulo Busatto, Mônica Lacerda, Eleonora Lacerda, Lirio Pezzini, Sônia Guimarães.
Não creditados: Carlos Gerbase (Joaquim), Giba Assis Brasil (Giba), Hélio Alvarez (Joãozinho), Sergio Lerrer (Marco), Gilberto Assis Brasil (figuração, de camisa vermelha e faixa na testa na comemoração do tricampeonato do Inter), Clarisse Rath (figuração na reunião dançante), Márcia Índia (na fila do show), Samuel Betts (na fila do show), Zé Weis (na fila do show).
Vozes: Lurdes Eloy (Mãe de Ceres), Paulo Mello (Carlos), Rudi Lagemann (Roberto), Zezé do Canto (Cláudia), Denise Garcia (Bete), César Alvarez (voz na passeata).

DIREÇÃO
Direção: Giba Assis Brasil, Nelson Nadotti.
Assistência de direção: Carlos Gerbase, Hélio Alvarez.

ROTEIRO
Roteiro: Giba Assis Brasil, Nelson Nadotti.
Colaboração: Álvaro Teixeira.
Texto do sonho final (não creditado): extraído de Laços, de R. D. Laing.

PRODUÇÃO
Produção (não creditados): Nelson Nadotti, Giba Assis Brasil.

FOTOGRAFIA
Fotografia: Nelson Nadotti.
Fotografia adicional: Sergio Lerrer.

Fotografia de cena (não creditado): Carlos Gerbase.

MÚSICA
Música: Nei Lisboa, Augusto Licks.
Músicos: Nei Lisboa (voz, violão), Augusto Licks (guitarra), Glauco Sagebin (teclados), Luizinho Santos (flauta, sax), Everson Oliveira (baixo), Tony Everling (bateria), Teresa Ferlauto (vocal).

Músicas (ordem de inserção, não creditadas):
• "Delírio 32" (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa e Augusto Licks
• "Papai é o maior" (música, letra: Portinho) por Portinho [Antônio Porto Filho] e sua orquestra e coral
• "Never marry a railroad man" (música, letra: Robbie van Leeuwen) por Shocking Blue
• "My sweet Lord" (música, letra: George Harrison) por George Harrison
• "Mother" (John Lennon) por John Lennon & Plastic Ono Band
• "Rock 'n' roll lullaby" (Barry Mann, Cynthia Weil) por B. J. Thomas
• "Why can't we live together" (música, letra: Timmy Thomas) por Timmy Thomas
• "Firth of fifth" (Tony Banks, Phil Collins, Peter Gabriel, Steve Hackett, Mike Rutherford) por Genesis
• "Na batucada da vida" (música: Ary Barroso, letra: Luiz Peixoto; samba-canção) por Elis Regina
• "Danzando nella nebia" (música: Nino Rota) instrumental por orquestra dirigida por Carlo Savina [do filme: Amarcord, Federico Fellini, 1973, IT-FR]
• "A Verdade sobre a nostalgia" (Raul Seixas, Paulo Coelho) por Raul Seixas
• "Rock do diabo" (Raul Seixas, Paulo Coelho) por Raul Seixas
• "Beleza pura" (música, letra: Caetano Veloso) por A Cor do Som
• "Como nossos pais" (música, letra: Belchior) por Elis Regina
• "Nessa cidade" (Nei Lisboa, Boina, Zelito Miranda) por Nei Lisboa e banda
• "Sumir do cais" (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa e banda
• "Meu caro amigo" (Francis Hime, Chico Buarque) por Chico Buarque
• "Conflito" (Petrúcio Maia, Climério) por Fagner
• "Ano que vem" (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa e banda
• "Balada pra Margarete" (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa
• "Águias" (música, letra: Nelson Coelho de Castro) por Nelson Coelho de Castro
• "Ano que vem 2" (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa e banda
• "Maio" (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa e Augusto Licks
• "Doody II" (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa, Teresa Ferlauto e banda
• "Requiem for soprano, mezzo soprano, two mixed choirs & orchestra" (música: John Ligety) instrumental por Orquestra da Rádio da Bavária, conduzida por Francis Travis
• "Adagio da Gayane Ballet Suite" (música: Aaron Katchaturian) instrumental por Orquestra Filarmônica de Leningrado, conduzida por Gennadi Rezhdestvensky
• "Reggae" ["A Tribo toda em dia de festa"] (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa e Augusto Licks
• "Delírio 32" (ao vivo) (música, letra: Nei Lisboa) por Nei Lisboa e banda

FINALIZAÇÃO
Montagem (não creditado): Nelson Nadotti.
Sonorização (não creditados): Giba Assis Brasil, Nelson Nadotti.

EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Película: Kodak Eastmancolor.
Câmera: Sanyo XL-600S.
Laboratório de imagem: Curt.
Equipamento de montagem: Projetor Sanyo 700.

AGRADECIMENTOS
Colaboração: Gilberto Assis Brasil, Mercedes Assis Brasil, Fábio Mentz, Paulo Vitor Gans, Marcelo Fernandes, José Luiz Lima, Pedro Girardello, Soraia Simaan, Tonho Gerbase, Zé Edílio, Maria Coutinho, Adeun Scholl, Lenita, Pena Rial, Jorge Meditsch, Jairo Bisol, Heron Heinz, Luciana Tomasi, Pedro Osório, Paulo, Clarisse Rath. Creditados no programa: Agostinho Bastos 'Neneco', Dea e Nelson Nadotti, Maria Isabel Hammes.

FILMAGENS
Brasil / RS, cena do show no Teatro Renascença, em Porto Alegre, 22 de dezembro de 1979; em Porto Alegre e Capão da Canoa;
Brasil / SC, em Garopaba.
Período: abril a outubro de 1980.

ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 123 min (primeira exibição Gramado) / 108 min (versão DVD)
Metragem:
Número de rolos:
Som: Som magnético mono
Imagem: cor
Proporção de tela: 1.33
Formato de captação: Super-8
Formatos de exibição: Super-8

DIVULGAÇÃO
Cartaz: Foto: Roberto Silva. Arte: Luiz Ferré.

PREMIAÇÃO
• 5º Festival de Filme Super-8 de Gramado 1981: melhor filme.
• Prêmio João de Barro / Secretaria Municipal de Turismo, Porto Alegre, 1982.

DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa: 18 anos.
VHS 1: 1987
VHS 2: Distribuição: Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia-Secretaria Municipal da Cultura-Prefeitura de Porto Alegre, 2001, Coleção Cinemateca RS, [v.1].
Contato: Casa de Cinema de Porto Alegre.

EQUIPE versão VHS 2 (2001)
Som remasterizado, a partir das dublagens originais, em out-nov 2001. Edição de diálogos: Milton do Prado. Edição de música: Giba Assis Brasil. Tratamento de imagem: Alfredo Barros. Masterização: Cristiano Scherer, Fernando Basso. Equipamentos: Final Cut Pro (Casa de Cinema de Porto Alegre), Pro Tools (Som de Cinema). Produção: Casa de Cinema de Porto Alegre. Direção de produção: Débora Peters.

OBSERVAÇÕES
Fichamento a partir dos créditos, cotejados com outras informações, principalmente as não creditadas organizadas por Giba Assis Brasil no site da Casa de Cinema de Porto Alegre, e troca de mails entre ele e G. Póvoas em abril de 2020.
Observações de G. Assis Brasil, quanto à duração:
"A primeira versão (a que passou em Gramado) tinha 123 minutos. Depois das primeiras exibições, eu e o Nelson fomos cortando algumas cenas que estavam "sobrando" e, uns dois meses depois, o filme ficou com 108 minutos. A versão digital tem alguns segundos a menos, por conta de pequenos pedaços que foram se perdendo do super-8 original".
"Os créditos originais foram feitos meio às pressas, tem muitos erros e omissões. O programa foi feito com um pouco mais de tempo e pesquisa que os créditos do filme.
Produção não estava creditada no filme original, porque nós não entendíamos bem o que significava isso. Na versão digital, coloquei eu e o Nelson como 'Roteiro, Direção e Produção'. Na prática, éramos três produtores, porque o Gerbase tinha 10% do filme".
Nos créditos originais consta: Fotografia: Nelson Nadotti, Sergio Lerrer. Mas nos eletrônicos consta: Fotografia: Nelson Nadotti. Fotografia adicional: Sergio Lerrer.
G. Assis Brasil explica porque: "O Sergio fez a segunda câmara na filmagem do show, e só. Não usamos praticamente nada do material que ele filmou. Acho que o correto é Fotografia adicional".
Sobre o elenco, ele escreve: "Quem já era da equipe não ganhava crédito no elenco, como eu, Gerbase, Hélio e Sergio. Príncipe era um amigo meu (já falecido), que se chamava Danilo..., que pegou o apelido por causa do "Príncipe Danilo", que jogava na Seleção Brasileira da Copa de 1950. Não tenho ideia de onde ele aparecia no filme, mas certamente não está na versão final. Tê era amiga de uns amigos. Faz figuração na mesa do DAFA. O Neneco (falecido) aparecia numa cena que foi cortada (do ensaio do Nei e do Augusto na casa do Zé Edílio, que é assistido pela Ceres). Na primeira versão, o nome dele foi creditado errado, como 'Osório'; o nome correto é (ou era) Agostinho Bastos. Votoninho era o meu avô materno, Antônio Pires Júnior. Gordo é meu primo, Luis Antônio Haussen. Os dois aparecem na cena da comemoração do tricampeonato do Inter. Na verdade o Gordo nem aparece, ele está dirigindo um carro. [Outros parentes de Giba são: Gilberto, Mercedes e Plínio Assis Brasil, pai, mãe e irmão.] Rata é a Clarisse Rath, que faz figuração na cena da reunião dançante, e também colaborou nos figurinos, pelo menos nesta cena. Na fila do Renascença, em ordem: Deborah Lacerda, Samuel Betts, Cleide Fayad, Marta Biavaschi, Zé Weis, Márcia Índia, Rosa Luporini, Marco Sorio. Gans é o Paulo Vitor Gans, meu amigo, arquiteto, que hoje vive em Florianópolis. Talvez ele seja o cara que sai da Faculdade de Arquitetura no plano em que a Ceres entra. Nos agradecimentos [colaborações], Dea e Nelson Nadotti são os pais de Nelson Nadotti. Maria Isabel Hammes, jornalista, grande amiga do Nelson, fez um empréstimo pra ele pagar a parte dele nas despesas do filme, e depois não aceitou o pagamento de volta através da bilheteria – acho que o Nelson pagou uma janta pra ela, ou um vinho, e ficou por isso mesmo. A Bela foi colunista de economia da Zero Hora e morreu de câncer em 2014. Paulo e Mônica são Paulo Busatto (meu colega na Fabico) e Mônica Lacerda (irmã da Deborah), o casal que dá carona pro Marcelo na sua viagem ao nordeste. Vana Bergamo era como ela assinava nos trabalhos do grupo teatral Faltou o João. Mas entre 1981 e 1982 ela casou com Normelio Krampe (também ator do grupo, que faleceu em seguida) e passou a assinar Silvana Krampe".
Os títulos e os autores das músicas não estão creditados no filme. No Programa, os títulos das músicas estão creditados, entre eles, "Margarete", "Doody II" (em romanos) e "Reggae". G. Assis Brasil: "O nome certo é "Balada pra Margarete", como está no programa do show Deu pra ti anos 70". Para "Doody II": "No programa do show também está em romanos; se em algum momento colocamos em cardinal, foi por alguma questão de fonte – numa fonte sem serifa, por exemplo, fica muito difícil identificar um número romano". Para "Reggae": "Esta foi a única música feita para o filme. Quando o Nei nos entregou a gravação, não tinha nome, então ficou apenas "Reggae". Depois, ela ganhou o título "A Tribo toda em dia de festa". A única canção que era da dupla Nei-Augusto que chegou a ser usada no filme foi "Outros sentidos", mas terminou sendo cortada naqueles 15 minutos que saíram entre março e maio de 1981".
As duas únicas canções lançadas em disco são "A Tribo toda em dia de festa" e "Doody II", faixas A1 e A5 do primeiro LP de Nei Lisboa, Pra viajar no cosmos não precisa gasolina. Quando lançado em CD, a única faixa não-incluída é "Doody II". Todas as outras seguem inéditas em disco [até jan 2021].
Música "Do lado do avesso" (Nei Lisboa) por Nei Lisboa, fazia parte da versão de 123 min, que passou em Gramado e nas primeiras sessões públicas; cortada na versão final (108 min).
Programa: Texto "Deu pra ti, anos 70. É isso", por Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti. Inclui ficha técnica. Fotos: Carlos Gerbase. Planejamento gráfico: Suíço. Colaboração: Maria Isabel Hammes. 4p.
Antes do lançamento da versão em VHS de 2001, circulou nas locadoras outra distribuição em VHS com uma telecinagem inferior.

Grafias alternativas: Nos créditos, vários nomes estão grafados apenas pelo primeiro ou segundo nome ou apelido: Marco [Antonio Sorio] | Xala [Felippi] | Cleide [Fayad] | Carioca [Osvaldo Perrenoud] | Angel [Palomero] | Rosa [Luporini] | Márcia [do Canto] | Cláudia [Fayad] | Ricardo [Ricardo Cordeiro = King Jim] | Martinha [Marta Biavaschi] | Wanderley [Wander Wildner] | Nilo [Cruz] | Grüber [Carlos Grübber] | Ivonete [Pinto] | Werner [Schünemann] | Elisa [Machado] | Rejane [Tomatis] | Votoninho [Antônio Pires Júnior] | Bertrand [Kolecza] | Marco [Marco Aurélio Haussen] | Gordo [Luis Antônio Haussen] | César [Haussen] | Príncipe [Danilo] | Plínio [Assis Brasil] | Cloé [Cordeiro] | Katano [Lacerda] | Claudinha [Cláudia Vargas] | Vana [Vana Bergamo aka Silvana Krampe] | [Luis Henrique] Palese | Mary [Mari Ribeiro] | Márcio [Freitas] | Neca [Machado] | Helton [Estivalet] | Celso [Scaletsky] | Busato [Paulo Busatto] | Mônica [Lacerda]; Gilberto [Assis Brasil] | Mercedes [Assis Brasil] | Fábio [Mentz] | [Paulo Vitor] Gans | Marcelo [Fernandes] | Zé [José Luiz] Lima | Soraia [Simaan] | Maria [Coutinho] | Adeun [Scholl] | Pena [Rial] | Hugo e Luciana [Heron Heinz e Luciana Tomasi] | Paulo | Rata [Clarisse Rath] | Augustinho Licks | Lourdes Eloy. | Cf. Programa: Agostinho Osório

BIBLIOGRAFIA
Guia de filmes – Produzidos entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 1981. Rio de Janeiro, ago 1985, p.34, n.81.
Cinema gaúcho – Anos 80. Porto Alegre: Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos do Estado do Rio Grande do Sul-APTC-RS, 1985. 34p. il. (p.10)
Cinema gaúcho – Anos 80: um olhar sobre a década. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura, Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos do Estado do Rio Grande do Sul-APTC-ABD-RS, 1991. 28p. il.
TRUSZ, Alice Dubina. Deu pra ti, anos 70 (1981) – Encontros e desencontros porto-alegrenses. In: FEIX, Daniel; LUNARDELLI, Fatimarlei; PINTO, Ivonete; KANITZ, Mônica; VALLES, Rafael (org). 50 olhares da crítica sobre o cinema gaúcho. Porto Alegre: ACCIRS Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, Opinião Produtora, Diadorim Editora, JBL Harman, Pró-cultura / Secretaria de Estado da Cultura / Governo do Rio Grande do Sul, 2022. 226p. il., p.33-36.

Noticiário:
Folha de S. Paulo, São Paulo, 23 jun 1981, p.29.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 14 jun 1981, Caderno B, p.4 [BN, p.42], ano XCI, n.67. [Foto no roteiro de cinema]

Exibições


• Gramado (RS), 5º Festival de Filme Super-8 de Gramado [24-27 mar]-Mostra Competitiva, categoria Enredo-ficção, Sala de Convenções do Hotel Serrano, 24 mar 1981, ter, 15h

• Caxias do Sul (RS), Cineclube do Recreio da Juventude,
20 maio 1981, qua, 21h
27 maio 1981, qua, 20h30

• Porto Alegre (RS), Clube de Cultura, 22 maio 1981, sex

• Porto Alegre (RS), Projeto Viva Coisa – Teatro, música, cinema, Auditório da Assembleia Legislativa, 23 maio 1981, sab, 15h

• Rio de Janeiro (RJ), Auditório do IBAM (Largo do IBAM, 1, Humaitá), 8 jun 1981, ter, 20h30

• Rio de Janeiro (RJ), Cineclube Barravento (R. Senador Muniz Freire, 60, Tijuca), 14 jun 1981, dom, 20h (debate com os realizadores)

• São Paulo (SP), Lira Paulistana, 24 jun 1981, qua

• São Paulo (SP), IX Super Festival Nacional do Filme Super-8 [Grife] [27 jul-1º ago]-Sessão Maldita, Teatro São Pedro-Auditório Superior (R. Albuquerque Lins, 171), 31 jul 1981, sex, 24h

• Porto Alegre (RS), Retrospectiva cinema ao sul [8-10, 15-17, 22-24 set], Studio Del Mese (R. José do Patrocínio, 698), 22-24 set 1981, ter-qui, 20h30

• Caxias do Sul (RS), Cio da Terra-1º Encontro Estadual da Juventude Gaúcha [29-31 out], Pavilhões da Festa da Uva, 30 out 1982, sab, 17h

• Porto Alegre (RS), Retrospectiva cinema gaúcho [16 set-6 out], Cinemateca Paulo Amorim-[Sala Paulo Amorim], 26 set 1985, qui, 19h, 21h (+ No amor)

• Ijuí (RS), 18 out 1988, ter

• Porto Alegre (RS), Mostra Fotogramas gaúchos / XXX Semana de Porto Alegre [27 mar-2 abr], Cinemateca Paulo Amorim-Sala Paulo Amorim, 27 mar 1989, seg, 19h, 21h (últimas exibições em super-8)

• Porto Alegre (RS), Sala P. F. Gastal,
24 mar 2001, sab, 21h30
27 mar-1º abr 2001, ter-dom, 18h30

• Porto Alegre (RS), Sala P. F. Gastal, 12 dez 2001, qua, 21h (lançamento VHS)

• Porto Alegre (RS), Mostra Especial Pedro Santos [27-30 abr], Cine Santander Cultural, 27, 28, 30 abr 2006, qui, 15h, sex, dom, 19h

• Porto Alegre (RS), Mostra Especial Porto Alegre em quadro [25 nov-2 dez], Cine Santander Cultural, 26-28 nov 2006, dom, 15h, seg, 19h, ter, 17h

Como citar o Portal


Para citar o Portal do Cinema Gaúcho como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
Deu pra ti, anos 70. In: PORTAL do Cinema Gaúcho. Porto Alegre: Cinemateca Paulo Amorim, 2024. Disponível em: https://www.cinematecapauloamorim.com.br//portaldocinemagaucho/207/deu-pra-ti-anos-70. Acesso em: 19 de maio de 2024.