Na história da música, entre fins dos anos 1960 e início dos anos 1970, o punk surge em um ambiente de crise econômica, desemprego e desilusão com o sistema capitalista tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido. Entre as muitas bandeiras de contestação do punk estava a própria comercialização do rock em um contexto de música pop hegemônica. Ícone punk, os Ramones atingem, com o passar do tempo, um ápice de adoração entre os fãs que os torna estrelas do rock. Punk star nos anos 2000, o ex-baterista da banda Marky Ramone, mostra em Marky Ramone & Tequila Baby: Ao vivo que pode mover multidões. Parceria do roqueiro nova-iorquino com os gaúchos da Tequila Baby, o documentário musical que registra o encontro dos músicos é dirigido por Rene Goya Filho. Já na primeira sequência, a câmera registra a chegada de Marky ao Aeroporto Internacional de Porto Alegre, sendo recepcionado por dezenas de fãs fervorosos. A multidão cerca o ícone punk e corre atrás da van que o transporta ao hotel. Já no palco, ovacionados pelo público, a banda e seu ilustre convidado passam a lançar petardos sobre o público, como "Balada sangrenta (O teu amor me corrói)", "5" e "Sangue, ouro e pólvora".

Rene Goya Filho capta a banda em inúmeros planos e movimentações de câmera durante o show, incluindo imagens aéreas do palco e do público do Bar Opinião. Há trechos detalhando fãs em imagem em preto e branco com alguma estilização, segmentos com entrevistas dos músicos e planos da banda transitando pela cidade com Marky. O vocalista Duda Calvin comenta a honra de tocar com um dos caras que fizeram a história do rock internacional. O baterista Rafael Heck diz que todos os integrantes da banda são fãs dos Ramones e que Marky influenciou seu estilo. O guitarrista James Andrew resume a experiência de estar com o ídolo: "Sou o fã mais feliz do mundo". Já Marky comenta que foi convidado pela banda para fazer shows por meio do produtor Daniel Rey, que trabalhou em discos do grupo gaúcho. Marky aceitou fazer shows ao vivo, incluindo um no encerramento do festival Planeta Atlântida de 2002. O baterista explica que o importante é se divertir no trabalho, e que por isso se dedicou a vários shows com a banda gaúcha: "é isso o que vem em primeiro lugar: a diversão. Se deixa de ser divertido é melhor nem fazer".

O filme intercala cenas da banda ensaiando com Marky em um pequeno estúdio com tomadas da banda sobre o palco tocando músicas ao vivo. O show é dividido entre sucessos da Tequila Baby e clássicos dos Ramones. Fazem parte do set list "Chovendo corações pela cidade", "Tira o sutiã, tira a calcinha", "Planos perfeitos", "Sexo, algemas e cinta-liga" e "Velhas fotos", entre outras. Da banda de Nova York, a partir dos 45 minutos, com Marky assumindo a bateria, vieram "Rockaway Beach", "Teenage lobotomy", "I don't care", "Sheena is a punk rocker", "Pet Sematary", "The KKK took my baby away", "I dont want you", "Beat on the brat", "I wanna be sedated", "I just want to have something to do", "I believe in miracles" e "Blitzkrieg Bop". O show conta também com a participação do cantor Sebastian Expulsado, vocalista da banda argentina Expulsados, cantando "Poison heart". O DVD da apresentação saiu em parceria entre as produtoras RBS TV, Orbeat Music e Antídoto, tendo sido indicado a melhor em sua categoria no 16º Prêmio Açorianos de Música, em 2006.